09 de maio de 2024 - SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Ficar em casa, por conta do Coronavírus, não precisa ser sinônimo de sedentarismo ou de se alimentar mal, recomendam os cardiologistas

Estimativas da OMS projetam aumento de 250% nas mortes por doenças cardiovasculares no país para os próximos 20 anos, colocando o Brasil em posição de liderança. Sedentarismo e obesidade são os principais vilões do coração, que podem ser combatidos com exercícios e alimentação balanceada desde a infância.

A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo destaca que frear as estimativas da Organização Mundial da Saúde só depende de nós com prática de atividade física e alimentação saudável. A SOCESP ressalta as duas iniciativas em virtude do Dia Mundial da Atividade Física, comemorado em 6 de abril, e do Dia Mundial da Saúde, em 7 de abril. 

“As ações normalmente preparadas para a data, como caminhadas, passeios ciclísticos e treinamentos ao ar livre, não serão possíveis em tempos de coronavírus”, lembra o assessor científico da SOCESP e especialista em Cardiologia e Medicina do Esporte, Nabil Ghorayeb. Mas nem por isso elas devem ser esquecidas: a atividade física, aliada à boa alimentação, é a grande combatente das doenças cardiovasculares (DCVs), maior causa de mortes no Brasil. Cerca de 30% dos óbitos no país, nas últimas décadas, foram causados por DCVs, somente no Estado de São Paulo são 85 mil mortes todos os anos.

As perspectivas não são muito animadoras para o país: segundo a OMS, em 2040, o Brasil vai liderar com folga o ranking de mortes por doenças ligadas ao sistema cardiovascular, com projeção de 250% de aumento dos casos para os próximos 20 anos. Mas como é possível projetar um futuro tão negro?  “Baseado em uma série de fatos”, afirma Nabil Ghorayeb. “Dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças apontou que 55,7% da população adulta do país está com excesso de peso e 19,8% obesa.”

“As circunstâncias estão nos obrigando a olhar com seriedade para questões que envolvem nossa saúde. Algumas pessoas no grupo de risco para o coronavírus, por exemplo, por serem portadoras de DCVs, poderiam simplesmente não estar ali, caso fossem adeptas de práticas saudáveis acessíveis a todos, como treinos regulares e alimentação balanceada, com menos ingestão de industrializados”, defende o especialista.

Um levantamento da SOCESP junto a estudantes de 11 a 17 anos, no Estado, em setembro do ano passado, também revelou alto consumo de alimentos ultraprocessados: 84% dos entrevistados haviam consumido macarrão instantâneo, sopa de pacote ou lasanha congelada, no dia anterior da sondagem. Além disso, 56% afirmaram terem tomado refrigerantes, 42% ingerido refresco em pó, 47% comeram biscoito ou bolacha doce recheada e 49% se alimentaram com alguma sobremesa industrializada.

Diante do cenário, o desafio de conscientizar a população para a necessidade de colocar o corpo em movimento – como acontece todos os anos nessas datas comemorativas – foi potencializado por conta do isolamento social. “A tendência ao sedentarismo e ao exagero no consumo de comidas ultraprocessadas aumenta vertiginosamente nesses tempos de quarentena até porque há um elemento emocional, de ansiedade, que corrobora com o processo. Mas é justamente essa sensação que deve ser combatida. Devemos aproveitar os momentos em casa em buscar uma alimentação mais natural cozinhando em família”, diz o cardiologista. 

Via de regra, pessoas em confinamento gastam menos energia e, portanto, necessitam comer quantidades menores. “Estabelecer cardápios que incluam alimentos leves e não cair na tentação de abusar de doces e gorduras em excesso são metas para manter a saúde em ordem, o sistema imunológico mais resistente e o coração saudável”. Além disso, adaptação é a palavra-chave para se exercitar dentro de casa. Alongamentos matinais e exercícios orientados de acordo com o espaço disponível para a prática, com a idade e condições físicas de cada um precisam estar na rotina, inclusive de quem não tinha esse costume. “Os benefícios surgem com 150 minutos por semana no mínimo de atividade e de intensidade moderada aquela que se consegue conversar sem dificuldade. Se parar, em 21 dias os benefícios  começam a se perder. É uma excelente oportunidade para criar novos e bons hábitos”, completa Ghorayeb. 




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